Esta manhã ao ouvir, na rádio, que o meu amigo Lemos Damião estava presente no apoio a um dos candidatos à liderança do PSD, lembrei-me de alguns interessantes episódios políticos que aqui transcrevo.
08 Jan 98
Tomada de posse agitada
Lemos Damião, vereador da Câmara Municipal da Meda,eleito pelo PPM,iniciou o mandato acusando o presidente da Assembleia Municipal de cometer a «ilegalidade» de subordinar aquele órgão à autarquia. Em causa está o facto do discurso de João Mourato, presidente reeleito,ter encerrado os trabalhos da Assembleia Municipal, onde decorreu a cerimónia de tomada de posse dos novos autarcas. O protesto de Damião surgiu depois de lhe ter sido negada a palavra, depois de saber que João Mourato iria discursar.
A avaliar pela cerimónia de tomada de posse dos órgãos autárquicos para o concelho da Meda, João Mourato, presidente reeleito pelo Partido Social Democrata, deverá enfrentar oposição, tanto no executivo como na população. À medida que decorria a sessão e os autarcas tomavam posse, a assistência ia proferindo alguns comentários dirigidos aos elementos eleitos pelo PSD. E porque as observações se tornaram constantes o presidente da Assembleia Municipal, Jorge Saraiva, foi obrigado a pedir que não se fizessem «comentários jocosos» enquanto os eleitos tomavam posse. Ainda assim os ânimos só se agitaram, quando Lemos Damião exigiu que também ele pudesse falar já que o presidente da Câmara iria discursar. João Mourato pediu então à mesa para que esta tomasse uma decisão, uma vez que ele não iria prescindir da sua alocução, feita enquanto representante da Câmara na Assembleia. Invocando o regimento da Assembleia Municipal, o presidente daquele órgão justificou que só os presidentes e representantes partidários teriam direito a falar. Mas Lemos Damião não desistiu e quando Jorge Saraiva se preparava para dar como encerrada a sessão, o vereador, já entre a assistência, pediu a palavra na qualidade de membro do público. Contrariando a norma das Assembleias Municipais - que impede o público de se manifestar - e sem dar quaisquer explicações, Jorge Saraiva não se opôs à intenção de Lemos Damião. Numa curta intervenção, o vereador monárquico considerou «paradoxal» o facto dos trabalhos da assembleia serem encerrados pelo presidente da câmara, «um subalterno da Assembleia». E deixou um aviso: «Eu quero que os organismos assumam as responsabilidades e ninguém pode invadir o território dos outros». A sessão terminou com uma grande salva de palmas ao discurso de Lemos Damião.
Terras da Beira - 08/01/98 - Politica
A “merda” na III República
Mário Tomé (UDP) tinha terminado um discurso atacando Eanes (então PR) por este não “correr com a AD do poder”. A honra do Executivo foi defendida por Lemos Damião (PSD).
Data: 06 JAN 83
Presidente (Leonardo Ribeiro de Almeida, PSD):
Para um protesto, tem a palavra o Sr. Deputado Lemos Damião.
Lemos Damião (PSD): - O meu protesto é no sentido de, em primeiro lugar, pedir ao Sr. Deputado Manuel Alegre para que, com o seu talento, se possível, nos seus momentos de ócio, de boa disposição, faça uns versinhos ao Sr. Deputado Tomé, porque ele, simbolizando, ao fim e ao cabo, o povo, requer uns versos que todos nós, com certo gáudio, poderíamos aceitar de V. Ex.ª. É pena que o Sr. Deputado Mário Tomé, em vez de se chamar Tomé, não tenha outro nome. Se se chamasse Lacerda, eu, que não tenho jeito, certamente teria facilidade em lhe fazer uns versos...
Mário Tomé (UDP): - Se é para o mandar à merda, eu mando-o! (…)
Manuel Alegre (PS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.
Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?
Manuel Alegre (PS): - Sr. Presidente, é para, muito rapidamente, dizer ao Sr. Deputado Lemos Damião que eu não tenho vocação para o tipo de rima que me sugeriu, pelo que a deixo ao seu talento poético. Aplausos do PS.(…)
Mário Tomé (UDP): - Queria apenas lamentar que o PSD, a AD ou aquilo que dela resta ponham nas mãos do Sr. Deputado Lemos Damião a defesa da «honra do convento». De facto, nem sei o que hei-de responder...
E pronto, é tudo. Esta é toda a "merda" que consta nos Diários da Assembleia da República dos últimos 30 anos.
Terras da Beira 05-12-2002
Lemos Damião, vereador do PS na Câmara da Meda
«A certa altura vi que o objectivo que ele [Germano Mourato] tinha era silenciar-me.»
Na semana passada, o vereador socialista Lemos Damião foi o protagonista de uma pequena “revolução” na Câmara da Mêda, ao pedir a demissão do cargo de presidente do Conselho de Administração da empresa de equipamentos municipais “Nova Mêda” e renunciando também aos pelouros da Cultura, Desporto e Turismo, que lhe tinham sido atribuídos há nove meses. O TB foi ouvir Lemos Damião para tentar saber os motivos que estiveram por trás de tal decisão.
Embora discordando muitas vezes das suas posições e atitudes políticas, fica aqui expressa a minha amizade de muitos anos.
A amizade é superior ás divergências políticas.
Aquele abraço, rapaz.
P.S.
Até no clubismo divergimos, mas hoje és tu que estás de Parabéns.
Ruben Amorin com a ajuda de Nuno (um frango enorme do guarda-redes do FC Porto!), inaugurou o marcador, depois Carlos Martins fez o 2-0, antes do apito para o intervalo. E, já no tempo de compensação, Cardozo fez o 3-0 final.
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