Já se passaram 40 anos desde a minha primeira ITMA em PARIS em 1971.
De 4 em 4 anos realizam-se estas Feiras de Máquinas para a Indústria Têxtil.
Desta vez coube a BARCELONA a realização da ITMA'2011.
Nestas quatro décadas mudou completamente o cenário do mundo têxtil.
Se em PARIS em 1971 os visitantes eram na sua maioria europeus, em 2011 na ITMA de BARCELONA, apesar de estarmos na Europa, as caras que se viam eram maioritariamente de países do Extremo Oriente e de outros continentes.
O Sector têxtil deslocou-se.
Quando nos anos 70 a indústria têxtl se situava principalmente em toda a Europa, actualmente é em países como a CHINA, ÍNDIA, PAQUISTÃO, TURQUIA, IRÃO, INDONÉSIA e outros.
O BRASIL tem nos últimos anos aumentado substancialmente a sua Indústria Têxtil.
Não admira portanto que entre os mais de 100.000 visitantes da ITMA em BARCELONA, a maioria fossem provenientes desses países.
Lembrar que em 1971 os visitantes eram essencialmente de INGLATERRA, FRANÇA, BÉLGICA, ITÁLIA, ALEMANHA, ESPANHA e PORTUGAL, além de Americanos, Australianos e uns tantos Brasileiros. A Rússia enviava apenas umas delegações, tal como a China e os países de Leste.
Os maiores negócios eram feitos com ITÁLIA, FRANÇA, INGLATERRA, IRLANDA e PORTUGAL que forneciam os seus produtos ao mundo restante. As exportações da Indústria Têxtil Portuguesa tinham um peso substancial na nossa Balança de Pagamentos.
Já antes de 1974, em Portugal, a indústria deu os primeiros passos na modernização de equipamentos, mas foi nos anos 80 que a indústria conheceu o auge, nascendo muitas e modernas Fiações e Tecelagens além das existentes se terem modernizado. Criaram-se inúmeras fábricas de Malhas, Confecções e Acabamentos.
A Inglaterra foi desaparecendo do mundo têxtil, seguindo-se a França, Alemanha e Bélgica. Foram ficando as indústrias mais importantes em ITÁLIA e PORTUGAL. A ESPANHA nunca chegou a ter um forte sector, sendo mais consumidor do que produtor têxtil.
O declínio do sector em Portugal começa a surgir nos anos 90, pois raramente surgem novas unidades e as mais antigas vão apenas usufruindo das máquinas existentes, não fazendo, como até aí, novos investimentos.
Surgem as primeiras falências no início dos anos 2000, com a abertura das importações ao extremo oriente. Nos últimos anos o encerramento de fábricas tem sido constante, dando lugar ao desemprego de milhares de pessoas principalmente no Norte e Cento do país.
A Covilhã centro de excelência dos Lanifícios fica reduzida a pouquíssimas fábricas.
Guarda, Gouveia, Seia, Avelar, Castanheira de Pêra, Minde e Mira d'Aire, entre outros, quase desaparecem do sector têxtil.
A Norte, Santo Tirso, Vila das Aves, S. Martinho do Campo, Vizela, Guimarães, Fafe, Barcelos, Pousada de Saramagos e Vila Nova de Famalicão, onde existiam tantas fábricas, quase já não existem.
Assim, nesta Feira em Barcelona, os visitantes Portugueses eram mais "tipo turistas" do que propriamente interessados em fazer investimentos.
Longe estão as ITMAS, onde estive presente, de :
ITMA 71 Paris
ITMA 75 Milan
ITMA 79 Hannover
ITMA 83 Milan
ITMA 87 Paris
ITMA 91 Hannover
ITMA 95 Milan
ITMA 99 Paris
ITMA 2003 Birmingham
ITMA 2007 Munich
ITMA 2011 Barcelona
Naturalmente o panorama para a ITMA' 2015 de novo em Milão, não deve sofrer grande alteração.
Quando até à ITMA 99 em Paris o mercado era principalmente destinado à Europa, viam-se grandes novidades nas máquinas, havendo a preocupação dos construtores em apresentarem novas tecnologias destinadas a suprimir a mão-de-obra.
Neste aspecto a ITMA de BARCELONA foi uma verdadeira desilusão, mas entende-se. Hoje os grande investidores são os países onde a mão-de-obra ainda pouco custa e por isso sem necessidade de exigentes tecnologias.
Ficam algumas imagens ...
Até .... MILÃO em 2015 !!!