Desta vez não houve muito tempo para percorrer a nossa "cidade".
Razões familiares foram o pretexto de ir até à Meda.
Como eu precise de pretextos !!!
Saudável convívio entre a familia e alguns amigos, que disseram "presente".
A nossa Maria, toda compenetrada, lá teve a sua 1ª comunhão.
Abstenho-me de vos mostrar as fotos, para não vos fazer crescer água na boca.
Caríssimo Lusitano
ResponderEliminarAo ver as fotos do teu comentário, uma me chamou a atenção.É aquela onde aparece a casa do Sr. Aires Amaral.
Eu devia ter uns cinco anos de idade, tinha sido dia de mercado e meu pai às três horas da manhã ainda não estava em casa.Alguém dissera para minha mãe que meu pai estevera acompanhado pelo sr. Aires Amaral.A noite estava escura,tovejenta e chovia torrencialmente.Na Mêda nada era perigoso naquela época, mas alguma coisa puderia ter acontecido.Ela sabia que aos dias de mercado, quando junto dos amigos ele gostava de beber até ao gogó e os Moreirós não tinham muito bom vinho quando estavam altos.
Não era normal mas minha mãe acordou-nos porque ficar em casa sozinhos com aquela tempestade era ruim. Alguma coisa lhe dizia que ele estava em casa do sr.Aires e la vamos nós da rua da Devesa até à igreja molhados que nem pintos.O portão de lata estava entre-aberto e minha mãe adentrou comigo pela mão e meus irmãos atrás. Á frente tinha uma escadaria de pedra e por baixo do balcão uma porta meio aberta. Minha mãe escutou vozes, colocou o ouvido, dum jeito, para ouvir melhor. Era a voz do meu pai dizendo textualmente " eu todo me consolo vendo a minha mulher comer presunto com bastante carne gorda". Foi a gota de água, minha mãe desmontou e toda aquela ira e raiva se esvaiu.Deu meia volta,puxou-nos lentamente para que não fôssemos notados e meu pai continou junto com seus amigos comendo chouriça e experimentando o vinho dos tóneis da adega do Aires Amaral.
Um abração
Luís Filipe
Caríssimo Luís Filipe !
ResponderEliminarDesde que fale na nossa terrinha lá surgem as lembranças de meninice.
Quantas histórias do nosso tempo de crianças !
Não estou a ver o teu pai ruim com o vinho, pois lembro-me dele sempre bastante calmo.
O meu pai também adorava o seu copito, mas não me lembro de o ver com "os copos", senão acho que seria expulso de casa pois a minha mãe Palmira não era pera doce.
Lembro-me que muitas vezes se esquecia das horas de jantar e chegava mais tarde com um graozinto na asa mas nada de especial.
Quando na sua égua "andorinha" vinha das suas andanças pelas "quintas" comprando os cabritos para vender no talho, a inseparável cadela "farrusca" chegava ao início da vila e aí o largava para nos vir dar o sinal que o dono estava prestes a chegar. O pior era quando ele encontrava mais um amigo e se esquecia que a mensageira já tinha partido a dar o sinal. Aí havia sermão da Palmira porque a sopa arrefecia.
Como sabes vivi poucos anos na nossa terra, mas há coisas que nunca esquecerei. Vivi lá poucos anos, mas vivi lá muitas coisas principalmente nas férias.
Ir a casa, nesses tempos, não era como hoje passar os fins de semana, apesar dos poucos Kilómetros que distava da Guarda. Camioneta, comboio e de novo camioneta para chegar a casa.
Ia no Natal, na Páscoa e nas "férias grandes" e já não era mau.
Assim, vivendo poucos anos na Meda, sempre vivi a Meda, pois nunca dela me desliguei.
Hoje sinto saudades desses tempos e recordo peripécias mil. É velhice, já sei.
O que mais falta sinto, quando hoje vou lá, é da falta de gente que por lá há. Não que não haja população, mas porque se mete em casa e não se vê nas ruas.
Ainda no passado Sábado o Auditório da Casa da Cultura meio vazio, onde actuava um cantor com boa voz e belas baladas.
Há iniciativas, mas pouca aderência.
Equipamentos sociais não faltam, mas falta gente. São mais os funcionários do que visitantes de alguns desses equipamentos, como a Biblioteca e outros.
São outros tempos, Luís Filipe !
Ah, pelo menos encontrei-me com o Ernesto que está incumbido dos Convites e programa para os de 1945.
O abraço amigo, do sempre amigo
Devo rectificar um erro gramatical grave.
ResponderEliminarA pressa prega-nos partidas.
A frase "Há iniciativas, mas pouca aderência", deve ler.se "Há iniciativas, mas pouca adesão".