Despediu-se Machado Soares, a voz que cantou o adeus a Coimbra
Autor de um dos mais emblemáticos temas do fado de Coimbra, a Balada do VI Ano Médico de 1958 , que todos conhecem como “Coimbra tem mais encanto”, Fernando Machado Soares morreu este domingo, aos 84 anos.
Nascido na pequena vila açoriana de São Roque do Pico, em Setembro de 1930, Machado Soares desde cedo revelou dotes vocais, tendo desenvolvido um gosto muito particular pela ópera. A sua chegada a Coimbra, para cursar Direito, e a sua participação no associativismo enquanto membro do Conselho Cultural da Associação Académica de Coimbra, haviam de possibilitar inclusivamente que levasse até à cidade do Mondego, sempre que possível, companhias operáticas para se apresentarem nos palcos locais. Mas seria a sua ligação ao fado a garantir-lhe um lugar destacado na história da música portuguesa.
De certa forma, quase se poderia dizer um prolongamento natural das suas características, uma vez que o tom mais erudito do fado coimbrão – por oposição ao registo mais popular do lisboeta – sempre foi moldado pelas vozes de perfil lírico que se lhe juntaram e pelas tradições musicais migrantes das regiões que para ali enviavam os seus jovens em busca de formação superior. Dos Açores, acredita-se, terá vindo a mais vincada influência desses lugares distantes.
Tendo integrado o Orfeão Académico de Coimbra e a Tuna Académica, Machado Soares surgiria ao lado de Luiz Goes e de José Afonso enquanto um dos cantores do fundamental Coimbra Quintet – formado ainda por António Portugal e Jorge Godinho nas guitarras, Manuel Pepe e Levy Baptista nas violas.
Apesar de não ter deixado a sua voz plasmada no marcante disco homónimo gravado pelo colectivo em 1957, no Teatro do Príncipe Real, em Madrid, contribuiria de forma decisiva com a autoria de composições e arranjos (Fado do Estudante, Toada Beirã, Cantares do Penedo e Canção Açoriana. No Coimbra Quintet grassava já a ideia de uma balada de Coimbra que representava uma necessária e afirmativa novidade no panorama musical da cidade, a que José Afonso e Adriano Correia de Oliveira haveriam depois de dar seguimento com crescente espírito desafiador.
Além da Balada do VI Ano Médico de 1958, Machado Soares comporia igualmente temas que foi cantando vida fora como Balada do Entardecer ou Fado da Noite, emprestando a sua voz também a criações de Sutil
De certa forma, quase se poderia dizer um prolongamento natural das suas características, uma vez que o tom mais erudito do fado coimbrão – por oposição ao registo mais popular do lisboeta – sempre foi moldado pelas vozes de perfil lírico que se lhe juntaram e pelas tradições musicais migrantes das regiões que para ali enviavam os seus jovens em busca de formação superior. Dos Açores, acredita-se, terá vindo a mais vincada influência desses lugares distantes.
Tendo integrado o Orfeão Académico de Coimbra e a Tuna Académica, Machado Soares surgiria ao lado de Luiz Goes e de José Afonso enquanto um dos cantores do fundamental Coimbra Quintet – formado ainda por António Portugal e Jorge Godinho nas guitarras, Manuel Pepe e Levy Baptista nas violas.
Apesar de não ter deixado a sua voz plasmada no marcante disco homónimo gravado pelo colectivo em 1957, no Teatro do Príncipe Real, em Madrid, contribuiria de forma decisiva com a autoria de composições e arranjos (Fado do Estudante, Toada Beirã, Cantares do Penedo e Canção Açoriana. No Coimbra Quintet grassava já a ideia de uma balada de Coimbra que representava uma necessária e afirmativa novidade no panorama musical da cidade, a que José Afonso e Adriano Correia de Oliveira haveriam depois de dar seguimento com crescente espírito desafiador.
Além da Balada do VI Ano Médico de 1958, Machado Soares comporia igualmente temas que foi cantando vida fora como Balada do Entardecer ou Fado da Noite, emprestando a sua voz também a criações de Sutil
Balada do VI Ano Médico de 1958 = COIMBRA TEM MAIS ENCANTO
QUEM SE LEMBRA AINDA DELE COMO JUÍZ NA MEDA ?
HOMENAGEM AO JUÍZ E FADISTA DE COIMBRA
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