quarta-feira, 12 de junho de 2013

O Poder...cega ?


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" Nuno Crato: um liberal que nasceu para a política no seio do maoismo Nuno Crato: um liberal que nasceu para a política no seio do maoismo
 
Nuno Crato é politicamente um liberal. Se fosse norte-americano podíamos catalogá-lo como neocon. Os marxistas portugueses colocam-lhe o rótulo de neoliberal. Anátema. O equivalente hodierno ao fascista de há quatro décadas atrás. 

É liberal porque discorda que o Estado seja simultaneamente o financiador, o prestador de serviços, o fiscalizador e o avaliador da educação escolar. Liberal porque é contra a planificação central na educação. E porque critica o caráter quase monopolista que o Estado tem na prestação de serviços educativos.
A juventude e o início da vida adulta de Nuno Crato foi passada no Instituto Superior de Economia, hoje ISEG, uma escola de elite nos estudos económicos e financeiros integrada na Universidade Técnica de Lisboa. Foi lá que se licenciou em Economia em 1981. Nasceu em 1952, licenciou-se aos 29 anos. Não foi rápido a concluir a licenciatura. De seguida, fez o mestrado em Métodos Matemáticos para a Gestão de Empresas, igualmente no ISEG. O hiato entre o final da licenciatura (1981) e o início do mestrado (1985) foi preenchido a fazer muitas coisas, entre elas a docência de matemática numa escola secundária dos Açores.
Logo depois de concluir o mestrado parte para os EUA para estudar matemática aplicada na Universidade de Delaware onde se doutorou em 1992. Regressa a Portugal para ensinar matemática aplicada no Instituto Superior de Economia, hoje ISEG. Faz a agregação em 2002 e acede a professor catedrático uns anos depois.

Frequentei a Universidade de Lisboa entre 1973 e 1979. Não me cruzei com Nuno Crato porque eu me movimentava entre a Faculdade de Letras, a Faculdade de Direito e a Faculdade de Ciências. Entre a Cidade Universitária e a Rua da Escola Politécnica. Mas sou amigo de colegas do Nuno Crato quando jovem estudante. 
Partilharam com ele muitos plenários, distribuição de panfletos e manifestações contra a guerra colonial, o "fascismo" e contra o ensino "burguês". Naquela altura, os estudantes radicais distribuíam-se por dois movimentos políticos: a União dos Estudantes Comunistas, na altura apelidados de "revisas" e os maoistas. Os últimos, maioritários no ISE, na Faculdade de Direito e na Faculdade de Ciências, dividiam-se entre os que integravam a Federação dos Estudantes Marxistas Leninistas e os chamados "Pops", da lista "Uma escola ao serviço do Povo", o braço estudantil do Partido Comunista Reconstruído, de inspiração albanesa. Henver Hosha e Mao Tzé Dong eram os gurus do movimento estudantil maoista. Nuno Crato alinhava com os "pops", o braço estudantil do PCR que, mais tarde, estaria por detrás da UDP. Nessa altura, Nuno Crato era um estudante maoista.
Ainda hoje é possível "ler" nele resquícios do maoismo. Quando ele afirma, na entrevista à revista Ecclesia, que é preciso implodir o ministério da educação está a manifestar traços discursivos da retórica maoista.
Os anos passados nos EUA, a experiência de vida e os estudos fizeram-no evoluir politicamente. Nuno Crato aceita o ideal liberal da meritocracia e governo pequeno e limitado e quer levar esses conceitos para o ministério da educação. É de esperar que reduza a influência e o poder do ministério da educação e, simultaneamente, dê mais autonomia e poder à sociedade civil, às escolas e aos professores."
 

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